ilha da Brava
A menor ilha, habitada, do arquipélago de Cabo Verde foi descoberta a 24 de Junho, dia de São João, que se tornou o padroeiro da ilha, sendo até hoje festejado com entusiasmo. Assim, a ilha foi baptizada pelos seus descobridores com o nome deste santo, mas a história acabaria por conferir à ilha um outro nome: devido à natureza selvática da sua orografia, ao bravio dos seus vales e ao abandono a que foi votada durante muitos, mesmo depois do seu povoamento acabou por ser rebaptizada com o nome de Ilha Brava.
Este nome definitivo, oficial, não é, porém, a sua única denominação. Ilha de vários predicados, a Brava é também conhecida como "Terra da Morna", numa referência às suas belas mornas, em que se notabilizou o poeta e compositor Eugénio Tavares, o mais ilustre dos filhos da ilha. Devido ao seu clima ameno e à fertilidade do solo, Brava é viveiro de uma diversidade de flores, razão pela qual é também conhecida por "Ilha das flores".
PRIMEIROS HABITANTES
Os primeiros habitantes da ilha chegaram por volta de 1680, provindos da Ilha do Fogo. Dados históricos apontam que, nesse ano, registou-se uma grande seca na Ilha do Fogo e muitos casais não escravos buscaram refúgio na Ilha Brava. Porém, encontram-na habitada por colonos brancos que, ao que tudo indica, terão chagado à ilha cerca de 100 anos antes.
Brava sempre foi uma ilha agrícola, mas as secas cíclicas acabaram por lançar os bravenses na aventura da emigração. A ilha é a pioneira dos movimentos migratórios que, ao longo dos tempos, acabaram por formar a chamada nação cabo-verdiana diasporizada. Empurrados pela seca a por um governo colonial ausente, os bravenses aproveitaram a oportunidade de evasão proporcionada pelos baleeiros americanos que pescavam em nossas águas.
Com 64 quilómetros quadrados, os sete mil habitantes da ilha estão distribuídos por pouco mais de uma dezena de localidades.
VILA NOVA SINTRA
A capital da ilha localiza-se num planalto. Uma vila pitoresca, cuja principal atracção turística reside nas construções arquitectónicas, bastante semelhantes às de Sintra, em Portugal. Daí, o nome de Vila Nova Sintra.
As casas são enfeitadas com flores, principalmente cardeais, cujo colorido contrasta com as fachadas das casas mais antigas, tradicionalmente pintadas de branco e cinza. Outra característica deste recanto da ilha é o nevoeiro que desce sobre a vila quando entardece.
Durante a festa de São João, Nova Sintra centra todas as atenções, quando as suas ruas são ocupadas por imigrantes, nacionais e turistas, para ver a bandeira, a dança dos cavalos, a queda do mastro e as luminárias que festejam o padroeiro da ilha.
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